quinta-feira, 18 de julho de 2013

Simples Assim: Nosso própio veneno...


Sexualidade de filho de Ronaldo Fenômeno faz gays vomitarem homofobia internalizada


Foi só descer a timeline do Facebook nesta quarta-feira [17], que me deparei com comentários de conhecidos gays acerca da sexualidade de Ronald, o filho mais velho do ex-jogador Ronaldo Fenômeno. Tudo porque o garoto, que está com 13 anos, atualmente ostenta cabelos alisados, mechas loiras e foi visto ao lado de um amigo no aeroporto, que vai passar as férias junto com a família em Ibiza, na Espanha.




As fofocas davam conta que o visual era semelhante ao de Maria Gadú, que o tal amigo era muito “suspeito” e que logo ele estaria “confundindo” mulher com travesti assim como o pai.

Porém, mais que especular a vida sexual de Ronald [que sinceramente ficou muito mais moderno com o novo visu], me surpreendi com tal discurso tortuoso de LGBTs. Afinal, será que dá para considerar alguém qualquer coisa que seja somente pela aparência? Será que somos tão retrógrados ao ponto de achar que um hétero não pode ter um amigo mais próximo? Ou alisar o cabelo? Será que ainda achamos que as travestis enganam as pessoas?

E, o pior, será que ainda vemos a homossexualidade como uma ofensa ou uma maneira de desqualificar o outro?

Essa reprodução impensada é fruto da homofobia internalizada – sim, palavrinha tão utilizada e desgastada, a qual muitos de nós reproduzimos cotidianamente. Claro! O gay nasceu e foi criado em uma sociedade heteronormativa e machista, logo está carregado de pensamentos do tipo! Ele aparece quando desqualificamos alguém da roda por “ser muito gay”, quando rejeitamos LGBTs no Facebook, quando dissemos não gostar de ver um beijo gay em público, quando assumimos preferir ser héteros, quando gritamos “Feliciano, sua passiva” em uma manifestação. Ou quando chamamos um galã de gay para tirar a virilidade dele.

Quanto aos que “apenas” tinham a intenção de tirar uma com a cara de Ronaldo, que em 2008 se envolveu em um barraco com a travesti Andreia Albertini, saiba que a história teve um fim trágico. Quantos aqueles que acham que as pessoas devem sair do armário, talvez devam respeitar o espaço e o tempo de cada um. Afinal, que diferença faz se Ronald é gay ou não? Já para quem procura uma solução mágica para não cometer tais deslizes, pense um pouco antes das piadinhas e reflita se não está tentando combater a homofobia na via da própria homofobia.


Para Ronald, um só desejo: se joga, boas férias!

Texto retirado do site NLucon e muito bem escrito por Neto Lucon nesta semana.

O que mais me chocou nesta história foi a tentativa de humilhar, ridicularizar, denigrir uma criança de 13 anos. Vcs já pararam para pensar no que esta acontecendo na cabeça deste garoto?? Além de todos os problemas de auto aceitação, auto estima, inseguranças, medos e tudo mais que passam todos os adolescentes principalmente nesta fase de descobertas, ele agora terá suas fotos espalhadas em todos os sites do país com apelidos e palavras horríveis vinda de pessoas que na verdade deveriam (por obrigação) de ajuda-lo pois todos nós já passamos por isso. Este pra mim foi um verdadeiro exemplo de bullying, pessoas que se juntam para descontar suas amarguras em outras pessoas que ainda não sabem se defender. 
Parabens pela matéria Neto. 
                        JS.Cesar.

5 comentários:

  1. parabéns a voce também cesar ...
    por publicar esta matéria ...
    chega de preconceitos em todos
    os aspectos ..
    beijão
    taurus

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  2. Valeu Taurus !!! Vc tambem ta começando bem, já deixou seu comentário de hoje como prometeu. kkkkk
    Obrigado !!! Beijos.

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  3. Sim, somos muito atrasados e a maioria pensa que homem não pode ter amigo íntimo. Ainda bem que nem todos são assim. O mundo "GLS" ou "LGBT" como queiram não é tão "bonito" assim. Nesse mundo também tem muito preconceito. Gays machões não gostam de afeminados que não gostam de travestis... Ninguém entende que se deve prestar atenção ao caráter.

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    1. É, este ultimo ano que passei aí no Brasil pude ver de perto que muitas vezes somos mais criticados e jogados pra baixo pela cominidade gay. Quem é afeminado é chamado de bixinha, quem não é tem que se manter discreto e até fingir que é pegador de mulher.
      Muito louco!!

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    2. Vc voltou para US? Então, pessoalmente não gosto de afeminados, mas não trato mal. Não gostar é uma coisa, desrespeitar é outra. Pessoalmente acho que homem gay não tem que ser afeminado. Penso assim porque eu gosto de ser homem, gosto do meu corpo, gosto do meu pau (pra ser mais explícito). O problema é que tem muita gente que denigre a imagem. Isso é péssimo. Tem muito gay que não se dá o devido respeito e não respeita os outros... Abraço!

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